Há uns anos um ilustre meu desconhecido, de pseudónimo Cálssio, escreveu isto a comentar a minha colaboração no blog de um amigo.
Esclareço é que nunca dei "consultas nua", como ele afirma. O tal senhor, apesar de ter muito sentido de humor, confundiu, como é costume, naturismo=nudismo com outras palavras k tenham a mesma raiz. Os naturólogos não dão consultas nus. Salvo talvez nalgum campo de nudistas. ;) LOL
Pronto! Já está tudo esclarecido e podemos começar a deliciar-nos com o humor do tal senhor.
Dentro em pouco vou interromper às gargalhadas. ;)
Dentro em pouco vou interromper às gargalhadas. ;)
"O barco de Maria Afonso Sancho.

Até à entrada em cena de la Sancho, visitar a casa do João Chaves (a virtual, entenda-se) era comprovar até à exaustão que o método David Motta de assinar blogues fez escola, de facto. Ainda que até para o copy-paste de imagens de moda, design e luxo seja preciso bom-gosto, a verdade é que aquele que disputa com Eduardo Beauté e Isabel Queiroz do Vale o troféu de Mais Famosa Dona de Salão de Portugal tem ali umas coisas giras. Capas da Vogue ao calhas, manequins a preto e branco só com uma toalhinha à frente, interiores de hotéis onde nunca poisará os reais pés, jóias penduradas em fruta da época e um nunca acabar de petiscos para os olhos e gatilhos para a inveja. A futilidade como modo de vida – e porque não? Só que os conselhos espirituais da Maria João Sancho vieram dar outro gosto àquilo. Talvez para contrabalançar o cabeçalho onde figura um João Chaves altamente estilizado e em tons de rosa-choque, tudo o que a Maria escreve é pura harmonia. Pese embora o total desprezo pelos acentos ortográficos, esta mulher destila sapiência e sensatez. Assim sendo, e porque me custa ler estas coisas sem as partilhar com alguém, passo a reproduzir excertos (comentados) do texto que acompanha as imagens de um fabuloso iate da Hermés. Maria Afonso Sancho no seu melhor.
- Eh surpreendente, este barco, quando visto de cima. Parece uma proa perdida no oceano. - Já de lado, mete nojo. Parece uma traineira.
- De frente ateh tem um ar bastante convencional. Para garantir um minimo de navegabilidade. – Aquela água toda à volta também já está muito vista. Mas faz falta, para garantir um mínimo de navegabilidade.
- Todos estamos eh fartos de barcos acanhados. – Dizer que estamos todos fartos é pouco, querida Maria Sancho. Já ninguém dorme com os nervos que a existência de barcos acanhados em nós despoleta.
- E dentro tem uma arvore com um pouco de prado. Para os caes nao terem de ser levados ao jardim? – Claro que sim, é para isso mesmo que está lá a árvore. Porque a primeira coisa que pensamos quando entramos no nosso iate de luxo desenhado pela casa Hermés é: mas onde é que vou pôr o cão a cagar? Nice, está ali um pouco de prado no meio da sala. Ali Sinupe, ali!
- Acho que eu preferiria ter um barco destes que uma grande casa. – Ah, eu cá acho que preferiria ter uma casa tão grande que coubesse lá o mar todo. Mais o barco.
- Soh estou com uma duvida: como eh que ele atraca? – De proa, evidentemente.
- Mas entao onde fica o lugar para o helicopetro, ou lancha, para ir a terra? – Mas ir a terra fazer o quê, Maria Afonso? Se já nem precisas de levar o cão ao jardim?
- Vou continuar a pensar nisto. – Convém explicar que as nutricionistas-naturólogas têm o dom de se auto-esclarecerem acerca do lugar onde são instalados helicópteros e lanchas, se para isso recorrerem à força do pensamento continuado."
Encontra o texto aqui: https://calssio.wordpress.com/2009/10/29/o-barco-de-maria-afonso-sancho/
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