O meu primeiro trabalho pago foi aos 14 anos. Substituí, durante os seus 15 dias de férias, o homem que tratava das galinhas.
Nessas férias grandes fiz montes de coisas novas!
Os meus pais achavam os meus pedidos bizarros ("quanto mal nunca pior" diziam ) porém aceitavam.
E eu aprendi coisas que cada dia me são mais úteis.
Naquele tempo o meu pai tinha aviários. Era um dos negócios dele. Mas nunca me pareceu nada convencido com a desumanidade dos conselhos dos engenheiros especializados.
E o ultimo grito da moda em técnicas de "fazer ovos" eram as baterias... Ou seja uma infinidade de gaiolas diminutas presas numa estrutura. E tudo construído naquela prateada rede de varinhas metálicas, de que são feitos os carrinhos de supermercado. Lembro-me de o ouvir lamentar as "pobres galinhas" enganadas por
dias curtos, imitados por estores que criavam noites artificiais, para porem mais ovos, que tinham de partilhar um espaço "tão pequeno que uma tem de ficar atrás enquanto as outras 3 comem", que "só bebem água por uma pipeta".
Os ovos escorregavam pela grade e ficavam fora da gaiola à espera de serem recolhidos. Por outra pessoa que não era eu.
- "Isto é tudo horrível mas o tio diz que agora tem de ser assim"!
Eu tinha outro pequeno ajudante com quem partilhava a tarefa de encher de ração uma carruagem, que depois empurrávamos ao longo das baterias para distribuir a comida.
Sobre o trabalho dos operários fiquei com ideias feitas por e para mim; as quais depois foram aparecendo por aí ao longo dos anos. E eu a lembrar-me sempre de que aos 14 anos já tinha "descoberto aquilo"
Lembrei-me disto ao ver este video sobre as galinhas que reaprendem a viver depois de um longo tempo de provação em baterias. E com o bico cortado.
Felizmente tudo se transforma na sua contrária.
O meu pai ficava contente de certeza com as novas tendencias da sustentabilidade.
Pode ver o video aqui:
https://www.facebook.com/photo.php?v=10152697895780299&set=vb.32799215298&type=2&theater
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